Em 2022, o abastecimento de água pela rede geral de distribuição chegou para 82,9% da população brasileira, o que equivale a 167,5 milhões de pessoas, foi o que revelaram os dados coletados pelo Censo 2022, que foram divulgados na última sexta (23), em um evento do IBGE em Diadema, município da região metropolitana de São Paulo, onde foram apresentadas as características dos municípios brasileiros.
Foto: Rose Galloway Green / Unsplash |
A pesquisa ainda revelou que 9% da população tem acesso a água por meio de poço profundo ou artesiano, em seguida, 3,2% das pessoas conseguem água por meio de polis rasos, freático ou cacimba, já 1,9% dos brasileiros utiliza água de fonte, nascente ou mina. Essa três formas somadas aos que estão conectados na rede geral de distribuição compõem 96,9% da população que, conforme Plano Nacional de Saneamento Básico (PLAN-SAB), estão dentro de parâmetros adequados de acesso a água para fins de monitoramento, mesmo que em níveis diferentes de qualidade e segurança.
Uma parcela dos brasileiros, cerca de 1%, ainda só tem acesso a água por meio de "carro-pipa". Os rios, açudes, córregos, lagos e igarapés serviram de acesso ao recurso para 0,9% da população e 0,5% só tinha a água que armazenava das chuvas. Outros 0,6% utilizavam outras formas pra ter acesso a água.
Mais sobre o Censo 2022:
- Coleta de lixo está disponível em 91% dos lares brasileiros.
- Coleta de esgoto chega a 62,5% dos domicílios brasileiros, mas só metade é tratado.
Desigualdade no acesso da água por regiões
Na Região Sudeste, onde mora a maior parte dos brasileiros, o acesso a água por rede geral de distribuição chega a 91% das pessoas, com destaque para o estado de São Paulo, onde o índice chega a 95,6%.
Imagem: Cartograma - Censo 2022 / IBGE. |
A Região Norte ficou com o pior índice, onde 55,7% da população tem acesso pela rede geral de distribuição. Nessa região, o destaque vai para a água obtida por meio de poço profundo ou artesiano (24,3%), poço raso, freático ou cacimba (11,9%) ou diretamente de corpos d'água (5,3%), onde nessa última forma de acesso, é a principal em 17 municípios da região (de um total de 18 no Brasil).
No Sul, o abastecimento pela rede geral de distribuição chega a 86,6% e no Centro-Oeste, para 85,4% dos cidadãos.
Já no Nordeste, onde o acesso pela rede geral de distribuição de água chega a 76,3%, o destaque fica para os 21 municípios nordestinos (do total de 68 em todo o Brasil) em a população tem como forma predominante de acesso a água via "carro-pipa", sendo mais expressivo nos estados de Pernambuco (8,1%) e Paraíba (6,7%).
Imagem: Cartograma - Censo 2022 / IBGE. |
Acesso a água pela rede geral, poços ou fontes e nascentes segregado por cor e raça
Os números censitários mostram que 99,2% das pessoas que se autodeclararam amarelas tem acesso adequado a água, nos parâmetros aceitos pelo Plano Nacional de Saneamento Básico. Já para os brancos, o acesso chegou a 98,3% dos autodeclarados. Para pretos e pardos, a água chega adequadamente a 97% e 95,7% respectivamente.
Quanto a população que se autodeclarou indígena, o abastecimento aceito no PLAN-SAB chega a 79% deles, porém esse dado específico deve ser lido com cautela, pois a análise dele deve considerar os costumes culturais dessa população, conforme ressalva o IBGE em seu relatório.
Para conferir os dados divulgados pelo IBGE do Censo 2022 para o Brasil, estados e para o seu município, acesse os links abaixo:
Existência de canalização da água
Ainda com informações do Censo 2022, em 69,3 milhões de domicílios, que se traduzem no lar de 192,3 milhões de pessoas e representam 95,1% da população, a água chegava encanada dentro das casas, apartamentos e habitações, diretamente nos chuveiros, torneiras e vasos sanitários.
A água chegava encanada até o terreno de 2,5% da população e para os 2,4% restantes, ela não estava disponível na área do imóvel, sendo necessário transportá-la em baldes, galões e veículos, por exemplo.
Os índices de canalização interna evoluiu positivamente em comparação aos levantamentos anteriores. Em 2010, a água chegava encanada em 89,3% dos imóveis habitacionais (4% só no terreno e 6,8% não chega no imóvel) e em 2000, os índices eram de 80,3% para água encanada, 7,2% para água no terreno e 12,4% sem acesso a água diretamente no imóvel.