Na última sexta-feira (23) o IBGE divulgou novos dados referente ao Censo 2022. Em um evento na cidade de Diadema (SP) foram apresentadas as características dos domicílios (resultados do universo).
Segundo as informações, em 2022, as pessoas que viviam em domicílios com banheiro ou sanitário (99,4% dos domicílios brasileiros) conectados a rede de coleta de esgoto geral ou pluvial e fossa séptica ou fossa filtro ligada a rede eram 62,5% em todo Brasil, um avanço comparado aos resultados dos últimos recenciamentos, que apontaram 52,8% em 2010 e 44,4% em 2000.
Foto: Almanaque Lusofonista, / Wikimedia Commons |
Os dados mostram ainda que 13,2% dos domicílios brasileiros utilizam fossa séptica ou fossa filtro não ligada a rede, 19,4% utilizam fossa rudimentar ou buraco, 2% utilizam diretamente os rios e lagos, 1,5% utilizam uma vala e 0,7% outra forma.
O Censo 2022 apontou que 0,6% dos brasileiros não tem um banheiro em casa. Isso em números equivale a 1,2 milhões de pessoas (367 mil domicílios). Os estados em que a situação é mais precária são o Piauí (5%), Acre (3,8%) e Maranhão (3,8%).
Os índices sobem, ao considerarmos quem vivia em domicílios com esgotamento por fossa séptica ou fossa filtro não conectadas a rede, que são aceitas como destinação adequada segundo o Plano Nacional de Saneamento Básico (PLAN-SAB), para 75,7% em 2022, 64,5% em 2010 e 59,2% em 2000.
Apesar dos avanços, os dados ainda revelam que existem desigualdades no acesso ao sistema sanitário entre as diferentes regiões de país e também quando segregamos dos resultados por cor ou raça.
Mais sobre o Censo 2022:
- Coleta de lixo está disponível em 91% dos lares brasileiros.
- Água chega a 83% dos brasileiros pela rede geral de distribuição.
Regiões do Brasil
O Sudeste é a região mais atendida pela rede coletora de esgoto, sendo ela pluvial ou séptica, com 90,7% dos domicílios incluídos. Nos Censos anteriores os índices era de 85,7% (2010) e 81,0% (2000).
A Norte é a região onde os índices de saneamento são os mais baixos. Apesar de apresentarem crescimento, ainda evidenciam que mais da metade da população não tem acesso a destinação adequada de esgoto. Em 2022, o índice registrou 46,4% ante os 31,1% registrado em 2010 e 33,5% de 2000.
A Região Sul do país tem índice próximo ao Sudeste, com 83,9% de coleta de esgotamento, evoluindo dos 70,4% de 2010 e dos 62,2% dos anos 2000.
A Região Centro-Oeste conta com 73,4% dos domicílios conectados a rede, sendo a região que teve a maior evolução em comparação ao último Censo (2010), quando detinha 50,7%. subindo 22,7%. Em 2000, o índice era de 40,2%.
A Região Nordeste, assim como todas as regiões, também apresentou expansão na rede coletora pluvial ou fossa séptica, atingindo 58,1% dos domicílios. Nos Censos anteriores, os índices eram de 43,2% em 2010 e 36% em 2000.
Imagem: Agência IBGE Notícias |
São Paulo foi a Unidade da Federação com o maior índice, chegando a 90,8%, enquanto o por índice ficou com o estado do Amapá, com somente 10,9%. Foi identificado também que existe uma relação positiva entre o número de habitantes por município e a abrangência da rede de coleta. Municípios menores tendem a ter menor índice, enquanto os municípios maiores detêm os melhores indicadores.
Para conferir os dados divulgados pelo IBGE do Censo 2022 para o Brasil, estados e para o seu município, acesse os links abaixo:
Cor e raça
A parcela da população que se autodeclaram amarela é a que teve o maior registro de inclusão na rede coletora de esgoto pluvial ou por fossa séptica, somando 91,8% desse contingente, seguido das pessoas autodeclaradas brancas, com 83,5%. Para as pessoas que se autodeclaram pretas, o índice foi de 75% e para as autodeclaradas pardas foi de 68,9%.
Quanto as pessoas que se autodeclaram indígenas, o índice foi de 29,9%. Mas aqui cabe uma ressalva, conforme evidencia o IBGE em seu relatório. Todos os indígenas não estão contidos nos que se autodeclaram indígenas e também existem as pessoas que se autodeclaram indígenas por se considerarem indígenas. E nesse grupo específico, as condições de saneamento e moradia devem ser analisadas juntamente com seus costumes culturais, o que o Censo, em um primeiro momento não diferencia.
Tratamento do Esgoto
Os dados divulgados pelo IBGE não abrangem a porcentagem do esgoto que é tratado, somente a coleta, porém, o Ministério das Cidades divulgou dados sobre o esgotamento sanitário em 2022 por meio do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS) que revelam que pouco mais da metade (52,2%) do esgoto que é coletado passa por tratamento adequado antes de ser despejado nos rios e lagos.
Os dados consideram as informações fornecidas por 5.150 municípios, 92,5% do total, que somam 97,5% da população brasileira.