Coleta de lixo está disponível em 91% dos lares do Brasil

Em 2022, 90,9% da população brasileira tinha acesso a serviços de coleta de lixo, de forma direta, onde a coleta era feita no domicílio pelo serviço de limpeza (82,5%) ou de forma indireta, onde o lixo precisava ser levado até uma caçamba comunitário de lixo do serviço de limpeza (6,4%), é que revelam os novos dados divulgado pelo IBGE na sexta-feira (23), referente as características domiciliares do Censo 2022.

Lixeira grande de metal cheia de lixo em uma calçado aguardando a retirada do resíduo pelo serviço de coleta municipal. Foto: Vinícius Lapa / Ecologia em Destaque
Foto: Vinícius Lapa / Ecologia em Destaque

O restante dos entrevistados pelo Instituto (9,1%) davam outra destinação ao lixo, conforme as soluções disponíveis em suas localidades, como a queima do lixo na propriedade (7,9%), jogado em terrenos baldios, encostas ou áreas públicas (0,6%), enterrado na propriedade (0,3%) e outro destino não englobado nos anteriores (0,3%).

As últimas pesquisas do Censo apontam um crescimento contínuo da coleta direta e indireta do lixo. Em 2010, 85,8% dos lares eram atendidos pelo serviço e em 2000, o índice era de 76,4%.

Mais sobre o Censo 2022:

Desigualdades regionais

Apesar da expansão do serviço de coleta de lixo, isso não se dá de forma uniforme para todas as regiões. O Sudeste, composto por Espirito Santos, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, é a região onde o serviço chega a 96,9% dos lares, sendo que no estado de São Paulo esse índice é de 99%.

A região Norte é a que detém o pior índice de cobertura em 2022, com disponibilidade para 78,5% dos domicílios. Para as outras regiões do país, os índices são de 95,3% no Sul, 93,1% no Centro-Oeste e 82,4% no Nordeste, região em que temos o estado com o pior índice, o Maranhão, com 69,8%, que mesmo tendo a maior expansão proporcional do serviço em comparação a 2010, quando detinha 53,5%, ainda continuou como o mais precário em 2022.

O Censo ainda evidenciou que municípios maiores tem índices melhores em detrimento dos menores. Em 455 cidades brasileiras, espalhadas pelo país, a coleta de lixo não chega nem para a metade da população.

Desigualdades de cor e raça

Os dados da pesquisa apontaram que 97,2% das pessoas que se autodeclararam amarelas tem acesso ao serviço de coleta de lixo direta ou indireta. Já para os brancos, o acesso ao serviço chegou a 94,7% dos autodeclarados. Para pretos e pardos, os índices de acesso ao serviço são 91% e 87,8% respectivamente.

Quanto a população que se autodeclarou indígena, a coleta chega a 44,5% deles, porém esse dado específico deve ser lido com cautela, pois a análise dele deve considerar os costumes culturais dessa população, conforme ressalva o IBGE em seu relatório.


Gráfico de Barras - Disponibilidade de Coleta de Esgoto por Cor/Raça

Fonte: IBGE / Censo 2022.

Para conferir os dados divulgados pelo IBGE do Censo 2022 para o Brasil, estados e para o seu município, acesse os links abaixo:

Disposição final e reciclagem do lixo no Brasil

O Censo 2022 coletou dados sobre a disponibilidade do serviço de coleta de lixo, porem a pesquisa não contempla a disposição final desses resíduos sólidos. Entretanto, o Ministério das Cidades por meio do Sistema Nacional de Informações Sobre Saneamento (SNIS) no painel de Manejo dos Resíduos Sólidos, disponibiliza essa informação que é enviada pelos municípios.

Em 2022, os dados foram enviados por 5.060 municípios brasileiros (90,8% do total), o que representa 96,8% da população do país e revelou alguns resultados interessantes.

Nos munícipios participantes da amostra foram coletados 63,8 milhões de toneladas de lixo, o que equivale a 0,98 kg de lixo por habitante diariamenteEm 32,2% havia algum tipo de coleta seletiva instalado, com  39 mil catadores envolvidos.

Em 2.226 municípios (44%) o serviço de coleta de lixo foi cobrado dos usuários (uma das maneiras mais comuns é por meio da Taxa de Coleta de Lixo junto ao IPTU), porém os valores arrecadados só cobriram 53,8% dos custos.

Foram coletadas 1,87 milhão de toneladas de resíduos recicláveis secos, o que representa somente 2,93% do resíduos sólido urbano (lixo) em 1.972 unidades de triagem, que conseguiram reciclar 1,12 milhão de toneladas, o que representa 59,89% do material reciclável seco coletado e apenas 1,76% do lixo total coletado nos 5.060 municípios.

Já o lixo que não foi reciclado, a esmagadora maioria, cerca de 62,5 milhões de toneladas, foi disposta da seguinte forma:

  • 73,7% em 626 aterros sanitários;
  • 14,3% em 1.572 lixões;
  • 11,9% em 598 aterros sanitários controlados.

Vinícius Lapa

Bacharel em Administração pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas) e Tecnólogo em Gestão Pública pela UNIP (Universidade Paulista).

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem