Maio de 2024 foi o mais quente que se tem registro oficial e mantém a sequencia, agora, de 12 meses consecutivos com recordes de temperatura média global, foi o que divulgou hoje, no Dia Mundial do Meio Ambiente, a Agência Europeia de Mudanças Climáticas Copernicus (C3S).
A temperatura média do ar da superfície ficou 0,65°C acima do registrado no período de 1991-2020. Já se considerarmos a referência como a média do período pré-industrial (1850-1900 - mais utilizada), a temperatura ficou 1,52°C acima do índice, sendo o 11º mês consecutivo com anomalia acima de 1,5°C, valor limite estabelecido pelo Acordo de Paris, em 2015.
Créditos:C3S / ECMWF com dados do ERA5. |
Se considerarmos a média dos últimos meses (junho de 2023 - maio de 2024), a anomalia de temperatura está em 0,75°C acima da média de 1991 a 2020 e 1,63°C acima da média pré-industrial.
“É chocante, mas não surpreendente, que tenhamos alcançado esta sequência de 12 meses. Embora esta sequência de meses recorde acabe por ser interrompida, a assinatura geral das alterações climáticas mantém-se e não há sinais à vista de uma mudança nesta tendência.” Ele acrescenta ainda: “Vivemos tempos sem precedentes, mas também temos competências sem precedentes na monitorização do clima e isso pode ajudar a informar as nossas ações. Esta série de meses mais quentes será lembrada como comparativamente fria, mas se conseguirmos estabilizar as concentrações de GEE na atmosfera num futuro muito próximo, poderemos ser capazes de regressar a estas temperaturas “frias” até ao final do século.”
Carlos Buonotempo - Diretor do C3S.
Créditos: C3S / ECMWF com dados do ERA5. |
A Organização Mundial de Meteorologia (WMO) também divulgou hoje a atualização global de previsão climática para a década, para o período de 2024 a 2028, onde indica chance de 80% de que, pelo menos, em um dos anos, a temperatura média global da superfície do ar exceda 1,5°C da referência pré-industrial, sendo que é muito provável que o recorde de 2023 seja batido nos próximos 5 anos.
O relatório destaca também que, no curto-prazo, isso não significa que a temperatura ficará acima de 1,5°C acordado como limite em 2015, mas que medidas de urgência para mitigação das mudanças climáticas devem ser adotadas.