Mês a mês, as previsões que indicam a ocorrência do La Niña ainda vai demorar um pouco para se caracterizar, com chances de 71% para o trimestre de setembro a novembro, durante a primavera austral, é o que aponta o Diagnóstico de Discussão do El Niño Oscilação Sul (ENOS - ENSO em inglês) emitido hoje pelo NOAA.
Imagem: NOAA / CPC. |
A região do Pacífico Equatorial encontra-se em situação de neutralidade, com pouca variação na temperatura das águas superficiais das regiões monitoradas que compõem o Índice Niño. Por exemplo, a região Niño-4, mais próximo da Ásia/Oceania apresenta variação positiva de +0,2°C acima da referência, enquanto a região Niño 1+2, mais próxima do continente americano, apresenta variação negativa de -0,4°C sobre o o valor de referência.
As previsões do Instituto de Pesquisas Internacionais para Clima e Sociedade (IRI) apontam que o La Niña poderá ser de intensidade leve e de curta duração, previsto para finalizar junto ao verão do Hemisfério Sul, conforme mostra o gráfico abaixo, que agrega todos os modelos de previsão.
Fonte: IRI. Divulgação: NOAA / CPC. |
Celeste Saulo, Secretária Geral da Organização Mundial de Meteorologia (WMO), destacou que a caracterização do La Niña não impactará significativamente na temperatura média global em vista das sequencias de recordes globais de calor.
“Desde junho de 2023, temos visto uma série prolongada de temperaturas globais excepcionais da superfície terrestre e do mar. Mesmo que surja um evento La Niña de arrefecimento a curto prazo, isso não mudará a trajetória a longo prazo do aumento das temperaturas globais devido aos gases com efeito de estufa que retêm o calor na atmosfera" (Celeste Saulo, WMO).