Segundo o CEMADEN, em agosto, o Índice de Seca Integrado mostrou que 201 municípios sofrem com seca extrema. São Paulo conta com 82 municípios nessa situação, seguido de Minas Gerais (52), Mato Grosso (24), Goiás (12) e Mato Grosso do Sul (8). Em todo o país, 3978 municípios enfrentam seca em algum nível, o que representa cerca de 71% do total do Brasil. O Acre e a cidades mais a oeste do Amazonas também sofrem com a seca extrema.
Imagem: CEMADEN. |
A seca vem se agravando na região central do Brasil, entre as regiões Centro Oeste, Sudeste e Nordeste, que concentram áreas com mais de 100 dias consecutivos sem chuva, alguns municípios de Minas Gerais, como Verdelândia, Nova Porteirinha, Pai Pedro, Janaúba, Catuti e Capitão Enéas, além de outros municípios vizinhos, todos na região semiárida do estado, acumulam mais de 150 dias sem chuvas.
Para setembro, a previsão é de que os municípios em condição de seca extrema passem a ser 232, e o total de municípios que enfrentam seca em algum grau passem para 4.583, passando a ser 82% de todos os municípios brasileiros. Isso porque a previsão é de que a estação chuvosa atrase para começar, agravando a seca.
Seca histórica no Brasil
Grande parte do país (áreas em vermelho no mapa abaixo) registram recorde de seca entre maio e agosto de 2024. A série histórica, que inicia em 1950, mostra a gravidade da seca que estamos vivenciando, que afeta 5 milhões de km², ou seja, 59% do território brasileiro.
Imagem: CEMADEN. |
As causas da seca histórica é composta por diversos fatores, que se iniciam pelo déficit de chuvas na região centro-norte do país no ano passado, que pode ser evidenciada com a drástica redução do volume de água do Rio Amazonas e seus afluentes, gerando imagens chocantes, que ocorreu devido a atuação do fenômeno El Niño, que fez com que não fosse reposta a umidade do solo e da vegetação e nem a reposição das águas do aquíferos. Depois, ainda tivemos a antecipação da estação seca, que começou já em abril, que está sendo mais intensa do que a média histórica, gerando condições propícias para os incêndios na vegetação, que estava seca, explicam os pesquisadores do CEMADEN.
Outros motivos destacados foram as mudanças climáticas, que causam o superaquecimento gradual do planeta, potencializando efeitos climáticos, como secas que podem se intensificar e a supressão da vegetação nativa devido a degradação seja devido às queimadas, desmatamento ou para uso agropastoril, que reduzem uma fonte de umidade para o solo e para o ar, afetando negativamente as precipitações.